ela não é nossa amiga, engraçado como uma batata e selo maria fifi de qualidade
uma conversa sobre cancelamento e manipulação de mídia :)
ela não é nossa amiga
Eita que em uma semana o limão azedou feio hein.
Prometo não trazer mais nenhuma reflexão triste, pois também me causou exaustão acompanhar toda a tragédia que aconteceu no primeiro show da Taylor Swift no Brasil. Continuar alongando o assunto não vai diminuir a dor de ninguém nem mudar o inacreditável descaso. O capitalismo falhou, falha, e falhará. Não há novidade aqui.
Mas me chamou atenção a quantidade de pessoas tentando defender o indefensável, e, principalmente, a quantidade de pessoas que vive uma ilusão.
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Uma querida fez uma thread (que apagou) no twiter sobre como “Taylor Swift não é nossa amiga” e inevitavelmente foi alvo de piadas.
Bom… mona, com todo respeito???
É inegável a importância que artistas têm em nossas vidas. Muitos deles ficam presentes por décadas, nos acompanhando nos melhores e piores momentos, nos aconselhando quando não há ninguém por perto, nos dando forças pra levantar quando não aguentamos mais.
Eles fazem sim parte de nós, mas longe de ser amizade.
Nossa relação se dá com a arte. O que faz parte das nossas vidas é o CNPJ, não o CPF.
Não os conhecemos.
Boa parte do que vemos e consumimos foi estrategicamente fabricado por um time de pessoas que está ao lado do artista, garantindo que o dinheiro siga entrando.
Swift estar se relacionando com um querido do futebol estadunidense, logo após ela ter sofrido uma das maiores ondas de críticas da carreira após ser vista com Matty Healy, é a razão dela ser chamada de “a indústria”.
Seu silêncio após a morte de uma fã em um show e a onda gigantesca de manchetes na gringa sobre seu novo relacionamento perfeito, inclusive a mentira de que sua equipe havia entrado em contato com a família da moça (quando na realidade os fãs estavam levantando o dinheiro para providenciar o translado do corpo), é a razão dela ser chamada de “a indústria”.
É preciso perder a ingenuidade. E pra isso não é necessário abandonar a magia.
Você pode continuar consumindo, amando, aproveitando todas as coisas boas que fazer parte de um fandom proporciona. Só busque manter os pés no chão, para que, quando a realidade se mostrar maior do que a mágica, você não se decepcione.
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Se quiser entender melhor como a manipulação de mídia funciona, leia esse livro.
don’t forget
Dia 30/11 vou lançar um guia pra quem quer aprender a divulgar o trabalho no instagram.
Confira mais infos aqui :)
Matt Rife cancelado
O queridinho humorista Matt Rife fez uma “piada” sobre violência doméstica que gerou uma onda de críticas.
Eu já tinha visto ele na minha For You e confesso que vi tanta graça no seu humor quanto numa batata. Nunca entendi o hype.
Pelo que percebi (não perdi muito tempo nessa fofoca), ele está acostumado a fazer piadas que de piadas só têm ofensas. Fiquei me perguntando como em 2024 alguém assim conseguiu esse sucesso todo. Cheguei na conclusão de que tem mais a ver com o fato dele ser padrão, do que com qualquer outra coisa.
Mais um caso mostrando como em tempos de internet em velocidade máxima, há que se tomar cuidado quando sua carreira foi construída e é mantida pelo online. Uma hora a conta chega.
Dúvido que isso gere muito impacto na carreira dele, pois nunca vi um homem branco ser de fato cancelado. Mas sempre legal ver que as pessoas não tão passando (tanto) pano pra gente idiota.
news
🎵 Odiado por ser gostoso - Season 2 confirmada! Imagine Dragons estará no Rock In Rio 2024. A venda do Card acontece dia 07/12 às 19h e você pode realizar o seu pré-cadastro no site oficial das vendas.
🎵Ontem diversos ingressos para o show da taylor Swift foram liberados, confirmando o fato de que um dia antes dos shows acontecerem as empresas costumam liberar novos ingressos. Comprei o meu para o RHCP assim. Deixo aqui a dica: caso você queira ir em um show que está esgotado, se plante lá no site um dia antes que há muitas chances de conseguir uma sobrinha :)
🎵 Eventim está com uma série de promoções em ingressos, confira aqui.
maria fifi indica
Esses dias me perguntaram que artistas menos conhecidos eu escuto. Uma das respostas que dei foi a banda MisterWives. O último lançamento deles não me encantou muito por ter seguido a onda do pop punk, mas o anterior é absolutamente sensacional. E ainda tem o selo Maria Fifi de qualidade.
Vamos lá.
Mandy, vocalista, namorava o baterista da banda há quase uma década.
Depois desse tempão todo eles decidiram se casar. Fizeram aquele festão dos sonhos, com tudo que tinham direito.
Poucos meses depois se divorciaram.
Na mesma época o MisterWives estava abrindo os shows do 30 Seconds To Mars, banda essa que tem um fotógrafo gato, o Matty Vogel. Sei de tudo isso porque acompanhei o processo ao vivasso.
O resumo da ópera foi que Mandy se apaixonou pelo Matty e ambos começaram a viver um lindo romance após o seu divórcio.
A questã é que no lançamento SUPERBLOOM a gata decidiu hablar! E sim, o baterista permaneceu na banda e teve que gravar todas as músicas.
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O Álbum é uma verdadeira viagem pelo processo de separação e encontro de um novo amor. Eu gostaria de gritar bem alto para que todo mundo apreciasse o quão bom é esse CD.
As músicas são como uma linha do tempo explicando tudo o que rolou.
“the end” começa como um aviso de que “coisas boas chegam ao fim para abrir espaço para novos começos.”
Em “ghost” vemos o relacionamento começando a esfriar.
“whywhywhy” traz a retórica com a incredulidade de ver o amor acabando.
Em “alone” Mandy canta sobre não aguentar fingir estar bem e em “stories” segue contando que tentou permanecer apaixonada e salvar o relacionamento sozinha.
“valentine’s day” é sobre o dia que decidiram se separar e agora a coisa começa a ficar boa.
“over the rainbow” é aquela fase do ódio “enterrei um amor que não me queria” ela diz. Me lembrou demais o conceito presente na minha família em chamar de “falecido” os ex namorados kkkkkkk
“it’s my turn” segue apresentando o seu processo de cura e em “find my way home” ela continua no esculacho “você me quebrou”. Habla mesmoooo.
Depois de mais esculado com letras tipo “eu achei que você fosse meu oxigênio mas é o oposto”, Mandy decide ser feliz em “decide to be happy” e finalmente se apaixona por Matty.
ufa.
Temos depois as três músicas mais alegres do álbum, que são puro suco do comecinho de relacionamentos.
SUPERBLOOM é a última e mais ouvida da banda toda, fazendo referência ao fenômeno do florescimento no deserto. A capa do disco traz esse conceito, que casou lindamente com o momento em que estavamos passando na pandemia e a ideia de tentar encontrar uma saída após um momento difícil: “mereço parabéns, nunca achei que fosse sobreviver”.
O desabrochar num lugar que parece improvável.
Ai com eu amooooo um conceito!
A banda seguiu firme e o mais sensacional de tudo é que o Matty ainda passou a trabalhar com eles em clipes e photoshoots (a capa do álbum foi ele que fotografou).
Indico muito ouvir as músicas em ordem lendo as respectivas letras, é canetada atrás de canetada e um som indie de uma qualidade impecável.
Edificastes?